Espírito Santo de Vitória
É o local da largada
Começam os estudos da pedalada
O tema dessa história
Entra em pauta de discussão
É consenso que seja a educação
Trabalho e pedagogia da rua
Praia do Rio Preto no Fundão
Tem fogueira e cachaça no feijão
Na sequência rumo a Regência
Tem areia na estrada de chão
Chegada tensa na escuridão
Quintal de Dilson é oferecido
E carona até Bebedouro
Família caminhoneira fica ao nosso
lado
Alemão garante a hospedagem de ouro
Alex, Jair e Eliene em Conceição da
Barra
Na pousada falida e animada
Nessa viagem a Escola Livre tá
encaminhada
Amanhã terá quarto de empregada
Em Itaúnas tá garantida a virada
Espaço de cultura de Todinho
A semente dançante germinará no
caminho
Até Riacho Doce pedal é nas areias
Até Costa Dourada legal é pelas
falésias
Tia fina oferece o belo almoço
Bike na praia, no escuro e na chuva
A turma não quis largar o osso
Depois tudo se encaixa como uma
luva
O Rio Mucuri é atravessado de canoa
Chega-se à Bahia para não ficar à
toa
Nova Viçosa tem casa do amigo
Nilsun
Conforto próximo à praia do Lugar
Comum
Tem balada, mas não é de Olodum
Trajeto de barco até a Ilha das
Telhas
Companhia garantida por essas
trilhas
De Mailson e sua égua Tem-nome-não
Um câmbio se quebra, mas não acabou
o role não
Noite na casa do amor com lua e
estrelas
Amanhece e se chega a Caravelas
Bora que tem máscara com oficina
Fora a entrevista com a rima da
menina
Difícil conviver na catraca
coletiva
Agora é asfalto e se chega a
Alcobaça
Nem tanto é bom a merenda ser
seletiva
Cansado em Prado, água de coco e
massa
Mas no outro dia será de graça
Comuruxatiba também se chega
pedalando
Atenção que logo descansa malandro
Mulher de luta é a Quitoca
Em Corumbau a chuva não foi pouca
Praia dominada pela Marinha
Chegar em Caraívas foi esforço
grande
Maré subiu, empurre e ande
Menina índia pega a cigarrinha
Aqui se come caranguejo e não é
siri
À noite, hospedagem e peixe do Ari
O goro é caro, pois é lugar de
turista
O forró se conquista pela
entrevista
Triângulo de Caraívas é a equipe de
artista
Lívia Marcha-lenta não se
contenta
Dança, balança, ensina, encanta e
tenta
Vibe bacana, tu és gente fina
Chapada da Diamantina será sua sina
O pedal continua no escuro até
Trancoso
Fabão Guidão fica ansioso e teimoso
No dia seguinte se vai sem
despedida
Praça do Quadrado tá fácil a
prensada
Elba Ramalho passa, não parece
estar apressada
Das sobras da burguesa tá na mesa a
lagosta
No trajeto Reginaldo aparece com
ajuda
Chicas à vista hoje terá festa
Ritmo baiano em Arraial d’Ajuda
Piscinas agradam as meninas
Para casa agora se vão Selin e
Pedivela
Convite de índio para ele e para
ela
Olha o Sambaqui pela floresta
Valeu Jaquatiri, trampo de cacique
na testa
Aniversário de Miguelito
Mão-na-roda
Necessário agora é a sua volta
Cultura africana não condiz com a
tal moda
Éramos seis, pedalará agora apenas
Manete
Entusiasmos em Porto Seguro é só
seguir em frente
À vista está a praia pelo asfalto
Veja a exploração na costa do
Descobrimento
Índio lutou, mas hoje segue a
catequização
Entretanto, se defende contra o
desmatamento
Aqui não se vê eucalipto, a
vegetação segue a sucessão
Recifes na praia de Santo André,
distante da agitação
Na restinga, caju, cambucá, araçá e
mangaba
Acampamento sem medo, em
Mogiquiçaba
Pedalada logo cedo, rapidamente se
conhece Belmonte
Foto na escultura do guiamum
gigante
Travessia de lancha à Canavieiras
és fascinante
Manguezal tão alto, para estes
olhos é inédito
Pela Costa do Cacau continua o
trajeto
Comunidade Quilombola pelo caminho
Noite em Comandatuba e tapioca
feita com carinho
Ilha com Resort tá limitada à
entrada
Ladeira até Una é subida e encarada
Ilhéus é cidade grande, falta
incentivo ao turismo
Progresso do imperialismo
Leva agente ao abismo
Tem gente com perigo e sem morada
Riqueza cultural não a deixe
camuflada
Memória de Gabriela cravo e canela
História de Jorge Amado e música
bela
Juarana é nome de árvore e de
comunidade
Porto Sul, não queremos sua
instalação
Aqui tem arte baiana em atividade
Lagoa Encantada e Rio Amada devem
estar em proteção
Na Serra Grande tem subida gigante
Cansaço superado pela visão do
mirante
Força da cachoeira transforma água
em poeira
Jaqueira é invasora, pode usar sua
madeira
Em Itacaré se chega pela ciclovia
É daí que por aí já se ouvia
Que teria surf, reggae, forró e
amizade
Ande por trilhas da Mata Atlântica
até a Prainha
Nova história iniciada, ela
aparenta estar sozinha
Artesanato, música, desenho,
malabares de habilidade
Malucada reunida tem que ter
atitude
Na Península do Maraú vá pela areia
Piscinas naturais nos corais e
mergulho de sereia
Algodões, Saquaíra e Taipu de Fora
Belezoca de fauna e flora
Tá difícil ir embora
De barco a travessia é feita pelo
Rio Maraú
Costa do Dendê começa em Camamu
Igrapiúna tem família de grande
coração
Incrível gentileza com satisfação
Pancada Grande é o nome de mais uma
cachoeira
Cuidado com a apropriação da
fazenda de seringueira
Morro de São Paulo a paisagem é
mais que boa
Tudo é muito caro, melhor ficar em
Gamboa
Tem gente chique e gente simples de
capoeira
Em Nazaré da Farinha fica
registrada
As palavras da nega Nil fazem a
diferença
Jovem de coragem não deixa morrer a
esperança
Fortalece a viagem que continua
pela estrada
Muita cautela, pois há obras pelo
trecho
Chega-se em Jeribatuba, onde a
praia tem lixo
Pode ser um sinal
Das conseqüências do capital
Aqui já faz parte da Ilha de
Itaparica
A luta pela independência da Bahia
Ficou como sua característica
Inglês em nossa língua virou mania
Ferry boat ao invés de embarcação
Assim como na televisão é enganação
Pessoas dão conselhos em Salvador
Têm pobreza, violência e dor
Enquanto crescemos para ser
trabalhador
Nesse verão o patrão tenta ficar
moreno
Beleza cultural no mercado modelo
Local de forte energia que contagia
Cada tijolo do Pelourinho arrepia
Foram construídos com a escravidão
Que os poderosos querem apagar na
escuridão
Audaciosos, mentirosos, duvidosos e
perigosos
Quem são os verdadeiros criminosos?
Protestos e greve da polícia
Nem ela sabe que não defende a
maioria
Veja só que hipocrisia
Vamos denunciar com a ortografia
Com o conhecimento em mente
Junto ao entendimento o pedal vai
em frente
Em Arembepe fica a comunidade
hippie
Pelo mar a tartaruga vive
Projeto Tamar junto convive
Na tranqüilidade tem gente de toda
idade
Na lenha se faz moqueca e pirão
Olha só que astral essa vibração
Reencontro com os mesmos malucos
Agora os minutos estão curtos
Em Salvador vale à pena voltar
São poucos dias para gastar
Do Pelourinho é impossível não
gostar
Ed Pereira e o incrível centro
cultural
Arte de primeira para divulgar no
mural
Pedalar não é miragem, não acham
ser normal
Essa viagem de coragem já se chega ao final.
(Mayara Manete)
Vitória - ES à Arembepe - BA - verão 2011/2012
Lindo dimeis May..... Para isso: "Tem-nome-não"
ResponderExcluirPEDRO
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